Perder é poder

Findas as principais nomeações, o governo Dilma já deixou clara a consideração que tem pela opinião do eleitor. Mais do que clara, chega a ser transparente, porque é nenhuma mesmo.

Ideli Salvatti, José Genoíno, Aloísio Mercadante… A lista é grande. Todos tomaram um sonoro “não, não os queremos!” das urnas. Todos ganharam seu consolinho oficial e terão sustento para os próximos anos.

Agora vem a fase das reabilitações – Delúbio será o primeiro.

Só para relembrar, os alegados mais de 80% de popularidade de Lula fizeram com que aqueles “3 ou 4% contrários ao país”, segundo Marco Aurélio Garcia, NÃO dessem a Dilma no segundo turno praticamente 60% dos votos de todos os eleitores cadastrados, segundo o TSE (55.750.000 de votos para 135.800.000 de eleitores)…

Faz sentido.

"Para os mais de 80 milhões que não votaram em mim, aqui, ó!"

Pergunta da hora…

Um Ministério da Pesca serve mesmo para quê?

Essa Fanta é Coca, ou… Quando é lícito mentir?

Até eu falando de BBB? Pois é.

Escrevo este post motivado pela “grande novidade” da versão 11 do BBB, o (su)reality show da Globo: Ariadna. Seja ela “ele” ou não, há um fato na divulgação da atração que me remete à indagação do título.

Leio no noticiário que Boninho, o responsável pelo programa, não pretendia avisar aos participantes sobre a condição de Ariadna. Ele diz até, segundo as reportagens, que “vai ser engraçado” quando os homens descobrirem que aquela Fanta é Coca (veja aqui). Parece que Ariadna foi parar no tal paredão, Boninho pode ficar sem a resposta.

Tudo muito bonitinho, uma doce travessura televisiva. Transporto a questão para o mundo real, vamos somar dois e dois:

– O SUS, se já não paga, vai pagar cirurgia de mudança de sexo com nosso dinheiro – veja aqui

– Os governos paulatinamente cedem à pressão de entidades pró-GLBT e começam a permitir que uma série de documentos possa ser emitido com o “nome de guerra”, ops, quero dizer, “nome social” de transexuais. Quanto tempo falta para que os principais documentos oficiais – certidão de nascimento, CPF, identidade e passaporte – também passem a seguir a nova diretriz? veja aqui

– estamos vendo que o progresso científico possibilita “transformações” cada vez mais impressionantes. Veja por aí…

Imaginemos a seguinte situação, que não sei se será tão absurda quanto podem imaginar alguns hoje:  João, um heterossexual, conhece uma moça muito bonita e atraente e após meses ou anos de relacionamento, já casado, não consegue ter os filhos que passou a desejar. Ao ter a idéia de ir junto com a esposa fazer um diagnóstico de fertilidade para um possível tratamento dele ou dela, caso este seja o problema, inicia uma discussão onde o resultado é a queda da máscara da esposa Ana Maria, nascida Guilherme!

– Guilherme?  Você mentiu para mim este tempo todo! Vou processá-lo por falsidade ideológica.

– Mas João, eu fui operado pelo SUS, ganhei meus documentos do governo, estou todo dentro da lei. E sempre me senti mulher! O que importa é o nosso amor.

João olha incrédulo consigo mesmo para Ana Maria, que ostentava uma saliência onde hoje há uma reentrância. Na sua mente “preconceituosa e simplista”, como Ana aos prantos se dirige a ele durante a discussão, ela será para sempre um homem que “virou” uma mulher. Ou seja – um homem!

– Mas eu não tinha o direito de saber?

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E aí, a indagação de João procede? Um transexual tem mais direito a manter sua condição em segredo do que uma pessoa que se interesse pela sua aparência tem de saber a verdade? Quem tem “autoridade” para decidir? Qual o limite da atuação do Estado sobre a vida das pessoas? O Estado pode mentir?

A batalha naval do fim do mundo

– B5!

– Água!

Quem aí já não passou bons momentos jogando Batalha Naval, aquela mesma, de papel e com quadradinhos?

Uma sucessão de pensamentos me fez lembrar do famoso passatempo, enquanto eu daqui acompanho os desdobramentos da esperada tragédia que assola cidades no estado do Rio de Janeiro.

Lembrei primeiro do meu pai, cujos encontros comigo sempre resultam em boas e longas discussões sobre tudo. E desse humor ranzinza, às vezes cáustico que herdei dele, Seixas em estado puro. Papai guarda no armário um pote cheio de rolhas, que de vez em quando ele mostra com um misto de orgulho e deboche: – É para quando vier a grande onda…

Numa dessas ele chamou minha atenção para o fato de que o fim do mundo não precisa de grande onda nenhuma. Nem grandes subidas de oceano ou mega derretimentos glaciais. Basta apenas um palmo de água permanente nas ruas. A Praça da Bandeira ou a região do Saara (ô, ironia besta), no centro do Rio, são pedaços do fim do mundo.

– Água!

Aí o amigo Romeu me lembrou hoje mesmo: o resultado da calamidade pluvial que se abateu na Austrália recentemente foi pouco mais de 3 dezenas de fatalidades, enquanto aqui sabemos que basta qualquer chuvinha dar uma engrossada para que aconteça o caos. Se for uma concentração pluviométrica acima da média, tragédia certa. E aqui no Rio isso é comum, embora a afirmação soe meio paradoxal.

– Água!

Corta para as notícias da tragédia desta semana no Rio.

Por alguma coincidência dessas, novamente o governador não está (nem) aí. Desta vez está de férias. Como, ao que parece, esteve nos meses entre a tragédia de Angra e Niterói e a atual. Na sua batalha naval, Sérgio Escabroso insiste na mesma jogada – faz um “número 2”  para todos nós. E sempre o mesmo resultado:

– Água! (Hmmm…. Número 2 + água? Será diarréia encefálica?)

Para fazer justiça, a culpa não é só dele, claro. Há décadas que a história se repete: quem tem grana, paga um por fora e constrói onde quiser. Quem não tem grana, dá uns votos e constrói onde quiser. E quem tem ou não tem grana, mas gosta de agir dentro da lei, consegue a sua licença para construir, ou compra sua casinha num lugar “legal”, e eventualmente se descobre em local de risco. Talvez tarde demais. A chuva vem e fode todo mundo democraticamente.

Aí vem o sol e ganhamos uns meses para montar nossa estratégia e continuar o jogo.

Ano que vem chegará novamente a vez da natureza jogar:

– 22° 54′ S, 43° 12′ W…

– Água! Muita água!

Alucinação coletiva

Tem muita gente boa por aí que acha a defesa de um modelo político voltado exclusivamente para a defesa do indivíduo o supra-sumo do egoísmo, fruto “do capitalismo selvagem, esse bicho mau e insensível”.

Os ideais coletivistas sempre ficam mais bonitinhos na foto, seja uma comunidade hippie ou um regime socialista (aliás, em essência são o mesmo lixo). É bonito pensar nas pessoas trabalhando juntas, caminhando e cantando com corações e mentes unidos para o bem comum em prol de um tal “mundo melhor”, mesmo que isso signifique privação e morte (aos milhões, saliente-se).

Exemplos gritantes nesse sentido são as cartas e declarações de direitos voltados para Mulheres, Negros, Gays etc.

Como assim?

Ora, se você defender integralmente o Direito Natural  – à vida, à liberdade, às idéias, à propriedade privada, a arcar com as conseqüências de suas escolhas – de cada indivíduo já estará garantindo por derivação lógica o direito de todos, sem distinção, pois antes de ser qualquer categoria social uma pessoa é uma pessoa.

Do contrário, para ter direito a ter “direitos”, você deve pertencer a uma subclasse social qualquer oficialmente constituída. E essa é a pedra fundamental da discriminação de fato e, com trocadilho, “de direito”, na letra da lei.

Eu ainda acredito que quanto mais se identifique o destinatário de uma lei ou ação estatal, mais injusta ela é.

Short tales about a distant island (4-A)

O penúltimo episódio… parte A.

Como assim, parte A?

É, o post ficaria imeeeeenso… Se as sagas Crepúsculo e Harry Potter puderam dividir um capítulo em dois filmes, por que eu não poderia?

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4 – A. Os colecionadores…

Junto aos restos de uma das 7 maravilhas do mundo antigo: a tumba de Mausolus (acredita-se que seja a figura atrás de mim, à direita). O seu nome deu origem ao termo Mausoléu. Erguido aproximadamente em 350 A.C. na cidade de Halicarnassus, hoje Bodrum, Turquia.

Fazer turismo pode resultar em dois tipos de experiência: diversão e aprendizado. Até aqui, abordei os dois aspectos no lado mais ligado à vida cotidiana de Londres. Mas há outro tipo de atração na qual os ingleses, principalmente devido à influência da era Vitoriana e um certo senso de preservação, se tornaram mestres: museus e coleções.

Antes de prosseguir, uma pequena digressão:

Os ingleses fizeram muita besteira também, ao longo de sua história, como qualquer país ou qualquer pessoa sempre fez e sempre fará. Ninguém está imune a esta possibilidade. Mas o calejamento do tempo e as escolhas que são feitas a partir da percepção destes erros moldam o caminho a ser trilhado em direção ao futuro. Para o bem e para o mal, como vocês lerão mais adiante.

Na minha opinião, a percepção e o julgamento sobre os atores, os atos e os fatos que moldaram um dado momento histórico dependem de diversas variáveis inerentes ao contexto sócio-cultural da época em que se dá o fato e/ou a análise do mesmo, ou seja, as inferências podem ser bem diferentes para aqueles que viveram o tal momento e para os que em outro instante o analisam.

Meu olhar sobre a História, reconhecido e respeitado o limite da minha humilde e eterna ignorância, tenta primeiro observar e absorver o “conjunto da obra”, digamos assim, se aquilo foi ou não positivo – do meu ponto de vista – para depois descer até os detalhes que compuseram o todo e, onde puder alcançá-los, buscar ali as respostas que confirmem ou neguem minhas impressões. Há ainda certos valores que considero universais contra os quais costumo confrontar as minhas percepções, mas isto já é assunto para outras conversas…

Isto tudo foi escrito para que o leitor, antes de me acusar de ignorar, a partir daqui, que os ingleses “saquearam, exploraram, subjugaram etc etc” e mais toda aquela retórica politicamente correta de professor secundarista marxista, atente para o fato de que nada disso me impede de reconhecer que os caras fizeram uma nação formidável, a despeito de todos os erros no percurso. Nação que infelizmente parece caminhar para a destruição “lenta, gradual e segura”, por submissão. Que Alá os proteja…(veja aqui e aqui)

Se eu pensasse de outra forma, talvez devesse achar a Alemanha um país desprezível e seus habitantes seres abjetos por conta das lambanças decorrentes de um delírio batizado de Nacional Socialismo, comandado por Hitler décadas atrás. Compreendo porque os alemães se deixaram levar por tamanha sandice à época, assim como compreendo porque vários países e pessoas – inclusive vários ingleses graúdos e um certo Getúlio Vargas – chegaram a flertar com o regime.

Crânio decorado Maia, para lembrar o esporte predileto do ser humano: matar outros seres humanos, em nome de um deus, de um governo, de uma causa...

Saúdo todos aqueles que, desde lá até os dias de hoje, enxergaram a merda que era aquilo tudo e dispuseram-se ao combate, colocando aquela loucura devidamente no lixo da História, sem no entanto permitir que o mundo jamais esqueça o que aconteceu.

Tomara que eu ainda esteja vivo para poder comemorar o mesmo em relação à bosta idealizada por Karl Marx, que desde 1917 já matou mais de 100 milhões de pessoas no mundo….

– Fim da digressão.

Visitando estas atrações da city, um conceito único parece permear todos os palácios e museus e eu o descreveria numa frase mais ou menos assim: “O ministério da saúde (mental) adverte: colecionar e conservar enriquece a cultura”.

De fato, a maneira anglo-saxônica de olhar o passado e fazer negócios é o solo fértil que permitiu o florescimento da idéia onde história, arte e cultura devem ser bens acessíveis a todos e um valor universal. A História prova que isto faz toda a diferença. Olhem o conjunto das nações que lideram o IDH e procurem se informar sobre o alcance da educação e o respeito à História nesses lugares, de uma forma geral. Já escrevi um pouco sobre isso.

Rainha Vitória - 1819 - 1901

Durante o período Vitoriano o “Império onde o sol nunca se punha” experimentou seu auge. Felizmente, ficou intacto o legado dos exploradores (por favor, aqui no sentido científico, não “marxista”, da palavra), cientistas e aventureiros, graças ao apoio – e já em certo grau, cobrança – de um povo de visão e seus expoentes, fossem eles estudiosos, empresários, financistas, políticos ou monarcas, como exemplificarei mais adiante.

Em minha curta estadia visitei o que deu nesse campo: O British Museum, o Victoria and Albert Museum, a National Gallery, o museu de História Natural, a Igreja dos Templários, a Torre de Londres e o palácio de Hampton Court. Neste capítulo falo um pouco dos que mais me impressionaram.

Durante a edição destes posts, várias vezes senti um arrepio, ao lembrar que nas visitas fui tomado por diversas sensações, desde a simples contemplação despretensiosa até emoção pura. Calejados que são nesse negócio de catalogar e mostrar coisas, os caras criam atmosferas, novas dimensões e fazem o que querem e o que talvez nem imaginem com as emoções do visitante. É muito fácil embarcar nessas “viagens” e impossível sair delas incólume. E o humilde escriba aqui ainda se permitiu enxergar algumas outras “cositas” lá e acolá…

Agora, vou deixar que as imagens me ajudem a contar o resto da história.

O primeiro lugar que fomos visitar, até porque era do outro lado da rua, foi o British Museum. A imponência da fachada era o prenúncio de que a visita poderia ser longa, mas só entrando deu para sentir o drama!

A entrada do British Museum

The British Museum: A primeira p*rrada na cara

 

Essa é mais ou menos a sensação que se tem ao entrar no B.M. pela primeira vez...

De acordo com o site oficial, Hans Sloane (1660 -1753) foi um médico, naturalista e colecionador que ao longo de sua vida amealhou uma coleção de 71.000 objetos, desde moedas até amostras de animais e plantas. Desejava manter a coleção intacta após a sua morte, então entregou-a ao Rei George II e para a nação, como contrapartida a um pagamento de vinte mil libras para seus herdeiros.

O presente foi aceito e o parlamento criou o museu em 7 de junho de 1753.

Ao longo do tempo, o museu destinou parte de sua coleção para dar origem a outros – como o Natural History – e focou seu acervo em História, essa com “H” maiúsculo mesmo!

Logo ao entrar, vê-se o pátio central – The Queen Elisabeth II Great Court -, que é coberto por uma espécie de redoma moderna translúcida (diz ainda o site oficial que é o maior espaço público coberto na Europa, com dois acres), muito iluminado e bastante convidativo para um descanso – já ao cruzar o portão você percebe que vai precisar de um em algum momento -, ou um lanchinho, ou uma leitura, ou só sentar e ficar olhando…

Olha o pé direito!

Como na cidade em geral, você se sente bem à vontade em qualquer atração que vá visitar, mas um aspecto é bem diferente do aconchego das ruas entre os vários edifícios de tijolinhos e parques: o que a cidade ainda guarda de bucólico fora dos museus vira over, mega e quase opressor uma vez dentro deles. É tudo uma questão de escala – Veja o Totem da foto, exposto no pátio central…

No British, uma visita completa só será possível ao cabo de algumas semanas.Então é melhor relaxar, ver e curtir o que puder. Depois, torcer e fazer planos para voltar de novo e de novo…

A visita é puro deleite visual, você tem a impressão de que os livros de história da escola estão pulando em cima de você. Sensação como esta, só no Louvre, em Paris, ou diante do Coliseu de Roma.

Fazendo novos amigos! Um Moai da Ilha de Páscoa.

Não há foto que descreva o que é ficar frente a frente com a História do mundo, imaginar as figuras históricas que podem ter pisado em tais lugares, usado os objetos expostos. O que faziam? O que diziam? Para quem gosta, é certo que em algum momento um aperto no coração fará saltar uma lágrima em homenagem ao riquíssimo legado deixado pelo ser humano nos quatro cantos do mundo.

A pedra de Roseta, um decreto trilingüe editado em Memphis, Egito, em 196 A.C. pelo rei Ptolemeu V, que permitiu decifrar os Hieroglifos egípcios. Como bem lembrou a Renata, é a primeira tecla SAP de que se tem notícia!

A experiência de uma visita assim também aguça a nossa curiosidade. Você começa a querer saber mais, ver mais. E descobre coisas curiosas, como quando estava na seção dedicada ao Parthenon grego.

Tava lá bonitinho, já convertido em mesquita pelo Império Turco Otomano no século XV, quando este inventou fazer dele também um paiol. Um belo dia, em 26 setembro de 1687, durante um conflito com os Venezianos, o paiol BUM! E era uma vez uma bela edificação. Então Thomas Bruce, conde de Elgin, em 1806, com a permi$$ão dos Turcos (!!!), só teve o trabalho de levar alguns “cacos” para a Inglaterra. Hoje eles estão expostos no British Museum como os Mármores de Elgin e os gregos reclamam a volta das peças para a Grécia. Briga boa… A história dos mármores de Elgin é para lá de controversa e reúne uma sucessão de cagadas, até da equipe de manutenção do Museu Britânico!

Uma das 92 Métopas que decoravam o entorno do Parthenon. História em quadrinhos...

Brigas à parte, em contraste com a história da aquisição dos mármores por Sir Elgin, a sala dedicada a abrigar os restos do Parthenon tem uma origem interessante:

"Estas galerias projetadas para abrigar as esculturas do Parthenon foram doadas por Lord Duveen de Millbank - 1939"

Esse é um daqueles “pequenos” detalhes que imediatamente me fizeram lembrar lá mesmo, bem na hora em que li as palavras na parede, de um certo “causo” que ilustra as “pequenas” diferenças entre a estreiteza e a amplitude da visão de uns e de outros. Aqui e lá, respectivamente.

Assim, encerro este post com um link para o que se passou recentemente na faculdade de direito da USP. Leia e compare.

Até a próxima!


Entre fantasmas e assassinos…

Apresento aos leitores fragmentos de dois artigos reproduzidos pelo Instituto Von Mises do Brasil. Os links para os textos integrais estão no fim deste post.

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“Ordem e Progresso” tem sido o lema da bandeira brasileira desde que o país se tornou uma república em 1889. As palavras foram tiradas diretamente dos escritos de Auguste Comte. As ideias de Comte foram adotadas no século XIX pelas elites militares e políticas de grande parte da América Latina, e do Brasil em particular. Desde então, o espírito de Auguste Comte tem assombrado o subcontinente, e as consequências práticas dessa ideologia têm sido desastrosas.

O positivismo de Comte é melhor descrito como sendo uma ideologia de engenharia social. Auguste Comte (1798-1857) acreditava que após o estágio teológico e o estágio metafísico, a humanidade iria entrar no estágio principal, o “positivismo”, que para ele significava que a sociedade como um todo deveria ser organizada de acordo com conhecimentos científicos.”

(…)”Ludwig von Mises observou que “Comte pode ser desculpado, já que era louco no completo sentido com que a patologia emprega este vocábulo. Mas como desculpar os seus seguidores?”

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“O Chile na época do golpe militar estava imerso no caos econômico.  O presidente Allende, apesar de ter sido eleito com apenas 36% dos votos válidos (a direita teve 34,9% e os social-democratas, 27,8%), estava agressivamente implementando um programa econômico puramente marxista, como até mesmo o amplamente hostil obituário do The New York Times admite: “um programa socialista de confisco e estatização de minas, bancos e indústrias estratégicas; divisão e repartição de grandes propriedades rurais em fazendas comunais; e controle absoluto de preços”.  Não surpreendentemente, tais medidas, como o próprio Times reconhece, “rapidamente resultaram em acentuados declínios na produção, escassez absoluta de bens de consumo e inflação explosiva.”

Ademais, Allende centralizou e nacionalizou a educação e o sistema de saúde, distribuiu benefícios para seus aliados políticos e inflacionou alucinadamente a oferta monetária, o que levou ao colapso de toda a economia e ao endividamento maciço seguido do calote.  A inflação de preços foi combatida com o típico e anacrônico recurso do congelamento, o que deixou lojas e supermercados com prateleiras vazias, além de gerar revolta em todos os proprietários e empreendedores do país.”

(…)

“O general certamente não era nenhum anjo.  Nenhum soldado pode ser.  Ele foi repetidamente denunciado pela morte ou desaparecimento de mais de 3.000 cidadãos chilenos, além de acusado pela tortura de outros milhares.  É bem provável que um número substancial de chilenos inocentes tenha morrido ou desaparecido ou sofrido tratamentos brutais como resultado das ações de Pinochet.  Porém, em uma batalha para se evitar a imposição de uma ditadura comunista, é algo incontestável que a maioria daqueles que morreram ou sofreram torturas estavam preparados para infligir um número excepcionalmente maior de mortes e uma escala avassaladoramente maior de sofrimento aos seus conterrâneos.

A morte e o sofrimento desses propensos totalitários não deve ser lamentada, assim como não se deve lamentar as mortes de Lênin, Stálin, Hitler e seus respectivos auxiliares.  Tivesse havido um general Pinochet na Rússia em 1918 ou na Alemanha em 1933, as pessoas daqueles países, assim como o resto do mundo, estariam incomparavelmente melhores, exatamente em virtude da morte, desaparecimento e concomitante sofrimento de um vasto número de comunistas e nazistas.  A vida e a liberdade são positivamente auxiliadas pela morte e o desaparecimento desses seus inimigos mortais.  A ausência destas pessoas significa a ausência de coisas como campos de concentração e genocídios, e isso obviamente é algo que deve ser ardentemente desejado.”

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Os links para os textos integrais estão abaixo:

O espírito que assombra o Brasil

Ditaduras, relativismo moral e a necessidade de métodos brutais para se atingir o socialismo

Reserve 30 minutos…

Olavo de Carvalho, filósofo, jornalista e ensaísta. Não por acaso, o programa se chama TrueOutSpeak. Este foi ao ar em 03/01/2011. Só na internet. Os textos dele e o programa semanal podem ser acessados em  www.olavodecarvalho.org

(Bem) mais (do) que vergonha…


foto de André Coelho - O GLOBO

…Foi o que eu senti ao ver esta foto na galeria que ilustra uma matéria d’O Globo sobre o protesto de estudantes em Brasília contra o vergonhoso aumento do salário dos deputados, senadores e presidente. Alguém devia avisar o rapazola da foto que nem escrevendo assim será possível fazer Tiririca ler – muito menos entender – o que vai no cartaz.

O mundo do palhaço da Câmara resume-se a ter ou não sorte. O mundo do palhaço da foto resume-se ao uso de seus neurônios ser igual ao alcance de sua gramática, embora ele (pense que) estude.

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Olhando as outras fotos da galeria, entende-se o problema (o do cartaz, não o da motivação do protesto). Há bandeiras do MST(!!!), foices e martelos e outro cartaz de um tal M.J.R.S – Movimento da Juventude Revolucionária Socialista.

Estes jovens que em tão tenra idade já estão com o cérebro saturado de ideologia sem deixar espaço nenhum para algum conhecimento que valha a pena não conseguem perceber quão diretamente ligadas estão suas opções políticas, o assassinato da gramática e a tunga no nosso bolso.

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Merecemos, merecemos…

Sem KY e com areia

A demonstração de autoritarismo do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, já segue o melhor estilo do legado pós-Lula. Dane-se a Constituição e o direito de ir e vir, dane-se qualquer lei e o bom-senso. Importante é a auto-glorificação por nada. Ontem, foi apenas por um show imposto goela abaixo dos moradores de Copa, sem consulta e com muito cinismo – “É o ônus de morar em Copacabana”.

Das 15h até 4 da manhã, nem os moradores puderam entrar ou sair do bairro de carro, numa data onde os deslocamentos são intensos para almoço e confraternização familiar. Ao arrepio das leis, Paes trocou a confraternização familiar de muita gente por stress e  prejuízos.

Este é o nosso porvir.

Ontem foi por um show na praia. E amanhã?

Felizes ânus novos para todos, porque depois dessa, passaremos a olhar por cima dos ombros o alcaide, o governador e a presidente enquanto, sem KY e com areia, desejamo-lhes sorridentes “Boas Entradas”.

*Parabéns ao Ricardo Gama (www.ricardogama.net) pela disposição, em pleno Natal. Vejam o vídeo abaixo.