Orianthi Panagaris
Orianthi e Michael Jackson
Da infância, lembro que os meninos faziam “air guitar” e as meninas iam para a frente do espelho para dublar e fazer coreografias. Quando entravam na adolescência, os “bandistas”, meninos e meninas, carregavam nas roupas, maquiagem (alguns deles também, antes eram darks, agora são emos), brincos, acessórios e “atitude”. O sonho era o mesmo: um dia “ter” uma banda e muito sucesso.
Inspirado pelos meus ídolos eu, como muitos meninos, um dia tive oportunidade de trocar o “air guitar” por uma guitarra de verdade… E também, como muitos meninos, acabei não indo longe… É da vida e do (des)talento de cada um. Mas tive a felicidade de ver alguns caras virarem feras.
Entretato, durante essa hmmm, digamos… jornada, eu sempre me perguntava onde diabos “elas” tinham ido parar… Até nas bandas “só de mulheres”. E era só curiosidade mesmo. Sem machismo.
Pois bem. A moça aí da foto nasceu em Adelaide, Austrália, em 1985. Atualmente é endorser das guitarras PRS. Quem viu o filme-que-quase-foi-show This is It vai se lembrar dela.
Conheci pela TV tarde da noite numa edição do Grammy. Pensei na hora: “UAU, aí está ela, finalmente”! Dois segundos depois pensei mais um pouco sobre a minha surpresa e fiquei desapontado.
Explico:
Sinceramente, o (muito, quero dizer, o tudo!!!) que ela faz com uma guitarra na mão, do ponto de vista “guitarrístico”, não é novidade, mas isso não tem a menor importância. O problema é outro.
O que importa para mim, concordem os(as) leitores(as) ou não, é que o talento dela (talvez) quebrou um paradigma maldito e (talvez) abriu uma porta. E esse é justamente o problema. Espero de verdade que, daqui em diante, as moças com o enorme talento da Orianthi sejam apenas grandes talentos e comuns, não um motivo de muita surpresa como ela foi para mim e é para muitos. E espero também que meus 2 leitores não vejam neste comentário nenhum machismo.
Não sei se é culpa da mídia, dos rapazes, das moças, do destino ou eu que sou obtuso e divorciado da realidade. Porque para mim, se OS guitar heroes já são talentos raros ela é ainda, até agora, (quase) única. A raridade, neste caso, “É” um fato triste… Muito triste. Até achei uma lista das 12 mais aqui! Mas a lista foi feita porque a revista Rolling Stone, segundo o texto, fez uma lista com os 100 melhores guitarristas de todos os tempos e só tinha 2 mulheres, Joni Mitchell e Joan Jett!!! É, eu devo estar certo…
…
Então, se pegarmos nossos filhos fazendo “air guitar” ou nossas filhas ensaiando coreografias na frente do espelho e depois carregando nas roupas, maquiagem e “atitude”, sonhando com a super banda que vão “ter” um dia, vamos jogar fora o poster do Justin Bieber, o DVD do Camp Rock e os discos do NX Zero e do Restart, que não passam de puta falta de sacanagem* e mostrar Orianthi ou até mesmo, vá lá, o Clapton, o Hendrix etc, para as crianças…
Pelo bem delas, da música e do Rock.
Mas – agora sim, leitoras, este será um comentário machista – pelo menos do MEU ponto de vista, embora ela seja tão boa quanto para ouvir, é beeeem mais agadável de assistir, com todo o respeito, do que o David Gilmour, o Carlos Santana, o Pepeu Gomes ou o Steve Vai, que inclusive está no “duelo” aí embaixo…
Rock’n Roll é um pouco mais do que maquiagem, roupas extravagantes e atitude…
… E este é um blog politicamente incorreto!
Site oficial aqui! Yeah!
* Se você não sabe o que é “puta falta de sacanagem”, veja aqui:
giorgioseixas.wordpress.com 