Sem KY e com areia

A demonstração de autoritarismo do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, já segue o melhor estilo do legado pós-Lula. Dane-se a Constituição e o direito de ir e vir, dane-se qualquer lei e o bom-senso. Importante é a auto-glorificação por nada. Ontem, foi apenas por um show imposto goela abaixo dos moradores de Copa, sem consulta e com muito cinismo – “É o ônus de morar em Copacabana”.

Das 15h até 4 da manhã, nem os moradores puderam entrar ou sair do bairro de carro, numa data onde os deslocamentos são intensos para almoço e confraternização familiar. Ao arrepio das leis, Paes trocou a confraternização familiar de muita gente por stress e  prejuízos.

Este é o nosso porvir.

Ontem foi por um show na praia. E amanhã?

Felizes ânus novos para todos, porque depois dessa, passaremos a olhar por cima dos ombros o alcaide, o governador e a presidente enquanto, sem KY e com areia, desejamo-lhes sorridentes “Boas Entradas”.

*Parabéns ao Ricardo Gama (www.ricardogama.net) pela disposição, em pleno Natal. Vejam o vídeo abaixo.

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6 Comentários

  1. Tive o desprazer de ir ao show para ouvir meia dúzia de músicas do tio Bob e um monte de porcaria sertaneja e pagodeira. No retorno para casa minha mãe insistia no fato de que era um absurdo fechar o trânsito e parar tudo por tão pouco movimento, e eu lamentava a sujeita e baderna causada pelo povão na região! Morar no bairro mais famoso do Brasil tem seus prós e contras…eita!

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  2. Felipe Sodré

     /  27 de dezembro de 2010

    Permita-me dizer que tanto a chateação quanto a arbitrariedade não são novidades. O precedente a que vc se refere foi aberto há tempos. A árvore de natal da bradesco seguros e previdência na Lagoa, por exemplo, atormenta a vida dos moradores do bairro faz 15 ou 16 anos. Este período constitui um atestado da contínua e recorrente incompetência em se organizar uma simples visitação.

    Em Copacabana, em outros anos, o que vc experimentou com o show do RC já foi proporcionado por Lenny Kravitz (em dia de semana!!!), Rolling Stones, Claudia Leite (numa noite de domingo), entre outros. Enfim, novidade 0. Indignação 10.

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    • Oi, Felipe. Fique à vontade. Aqui só não permito comentários anônimos. Liberdade é o bônus que você recebe por eu estar (muito) à direita das idéias de Franklin Martins e não ser jornali$$$ta.
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      Você está coberto de razão. É que a facilidade com a qual o alcaide reagiu às críticas praticamente mandando na lata um “ah, eles que se fodam” e ainda fazer graça de quem discorda dele, revela uma “neo-sinceridade” de um virtuosismo que só encontra um natural paralelo em tipos como Sérgio Cabral e Lula.
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      Em tempo: eu não experimentei nada, porque raras vezes uso o carro e não foi diferente no Natal. Nem me afetou. Fiquei indignado por que… Porra, e dá para sentir outra coisa?

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      • Felipe

         /  27 de dezembro de 2010

        Giorgio,

        Saúdo a abertura do espaço e a garantia à liberdade de expressão. Mais à direita ou à esquerda, entendo que o fundamental é manutenção de determinados valores que os totalitarismos de uma forma geral desconhecem. Percebo que no seu blog tais valores são respeitados e as opiniões, divergentes ou não, encontram uma correta acolhida.

        Continuarei acompanhando o blog e contribuindo para o debate. Obrigado pela atenção e parabéns pela iniciativa!

  3. Fernando Carlos Farah

     /  5 de janeiro de 2012

    A verdade verdadeira eh que a cidade precisa ser repensada. O transito e’ absurdo, o comercio fica a Deus-dara’. Qual a solucao? Jogar pelada na praia? Nao creio. Falta um urbanista do porte de um Jaime Lerner para organizar a bagunca.

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