Até eu falando de BBB? Pois é.
Escrevo este post motivado pela “grande novidade” da versão 11 do BBB, o (su)reality show da Globo: Ariadna. Seja ela “ele” ou não, há um fato na divulgação da atração que me remete à indagação do título.
Leio no noticiário que Boninho, o responsável pelo programa, não pretendia avisar aos participantes sobre a condição de Ariadna. Ele diz até, segundo as reportagens, que “vai ser engraçado” quando os homens descobrirem que aquela Fanta é Coca (veja aqui). Parece que Ariadna foi parar no tal paredão, Boninho pode ficar sem a resposta.
Tudo muito bonitinho, uma doce travessura televisiva. Transporto a questão para o mundo real, vamos somar dois e dois:
– O SUS, se já não paga, vai pagar cirurgia de mudança de sexo com nosso dinheiro – veja aqui
– Os governos paulatinamente cedem à pressão de entidades pró-GLBT e começam a permitir que uma série de documentos possa ser emitido com o “nome de guerra”, ops, quero dizer, “nome social” de transexuais. Quanto tempo falta para que os principais documentos oficiais – certidão de nascimento, CPF, identidade e passaporte – também passem a seguir a nova diretriz? veja aqui
– estamos vendo que o progresso científico possibilita “transformações” cada vez mais impressionantes. Veja por aí…
Imaginemos a seguinte situação, que não sei se será tão absurda quanto podem imaginar alguns hoje: João, um heterossexual, conhece uma moça muito bonita e atraente e após meses ou anos de relacionamento, já casado, não consegue ter os filhos que passou a desejar. Ao ter a idéia de ir junto com a esposa fazer um diagnóstico de fertilidade para um possível tratamento dele ou dela, caso este seja o problema, inicia uma discussão onde o resultado é a queda da máscara da esposa Ana Maria, nascida Guilherme!
– Guilherme? Você mentiu para mim este tempo todo! Vou processá-lo por falsidade ideológica.
– Mas João, eu fui operado pelo SUS, ganhei meus documentos do governo, estou todo dentro da lei. E sempre me senti mulher! O que importa é o nosso amor.
João olha incrédulo consigo mesmo para Ana Maria, que ostentava uma saliência onde hoje há uma reentrância. Na sua mente “preconceituosa e simplista”, como Ana aos prantos se dirige a ele durante a discussão, ela será para sempre um homem que “virou” uma mulher. Ou seja – um homem!
– Mas eu não tinha o direito de saber?
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E aí, a indagação de João procede? Um transexual tem mais direito a manter sua condição em segredo do que uma pessoa que se interesse pela sua aparência tem de saber a verdade? Quem tem “autoridade” para decidir? Qual o limite da atuação do Estado sobre a vida das pessoas? O Estado pode mentir?