A ameaça que ronda o Brasil…

NADA_FAZISMO

Gazeteiro (ed. 1)

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Manual Rápido de Lógica Dilmística ou Ensaio sobre a cegueira voluntária

PIB 2012 será de 2%

Rio (+ 20%, para a sustentabilidade de alguém que não sou eu).

Manifesto ecológico-sustentável por um Brasil melhor

Desde que vi a marca do RIO+20, fiquei encucado com uma mensagem subliminar nada sutil. Como ecochatos adoram uma tragédia, taí um logotipo que é a cara do verão carioca…

Em 1992, os assuntos da moda eram terceiro setor (ONGs) e buraco na camada de ozônio. Anos depois foi parido o Aquecimento Global Antropogênico causado pelo CO2. Revelada a farsa, tudo agora é Sustentabilidade. Uma palavra de significado vago, elástico o bastante para acomodar qualquer interesse, subtrair quaisquer liberdades e, é claro, cobrar mais impostos, taxas e sobrepreços.

Na boca desses pilantras, serve para tudo. Especialmente para sustentá-los. Gente que nunca recebeu um voto ganha os tubos para outorgar uma agenda de restrições e subsídios goela abaixo de todos nós.

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Pois bem, se o problema é discutir medidas para um Brasil “sustentável” – o mundo é problema do mundo -, serei propositivo:

– Gastar menos do que se ganha e obrigar o governo a fazer o mesmo;

– Que a nossa constituição se restrinja a garantir o direito natural pleno à vida, às liberdades (individual, de associação, de expressão, religiosa e de imprensa), à inviolabilidade da propriedade privada e dê aos contratos estabelecidos entre adultos força de lei. E que nenhuma lei infraconstitucional delibere sobre qualquer um desses princípios em qualquer tempo e por qualquer motivo. Que os tribunais se esmerem em determinar que estes princípios sejam cumpridos e que a polícia garanta as decisões dos tribunais.

– Acabar com o fundo de participação de estados e municípios, reduzir o imposto de importação a um dígito direcionando a atenção da aduana para drogas, explosivos, armas contrabandeadas e produtos químicosnocivos. Parar de considerar salário como renda para efeitos de tributação;

– Tirar o orçamento e os cargos das estatais do raio de ação dos políticos da forma mais simples e eficaz: privatizando TODAS. Ganhamos de brinde menos verbas destinadas à “fiscalização” e uma imprensa mais independente. Em seguida, liqüidar o BNDES e o Banco Central;

– Acabar com o Imposto Sindical, com o salário mínimo, com o vínculo empregatício forçado por qualquer motivo, com o conceito de “demissão por justa causa ou não”, com a ilusão do 13°, das férias remuneradas e do FGTS, incorporando 1/12 de seus valores aos vencimentos mensais e extingüindo em seguida essas abominações para sempre. Pensando bem, melhor jogar a CLT toda no lixo. Cada exemplar que deixarmos de publicar salvará uma árvore.

– Acabar com o voto e o serviço militar obrigatório;

– Diminuir o número de feriados;

– Permitir aos pais educar seus filhos em casa se assim desejarem;

– Acabar com o foro privilegiado para “autoridades”, com a prisão especial para quem tem curso superior, com a “punição” de magistrados larápios mediante afastamento com vencimento integral (= ganhar sem trabalhar!!!), com os documentos de identidade e os cartórios;

– Limitar o número de ministérios a 12, proibindo expressamente a existência de um dedicado à cultura (ela deve ser espontânea) e da justiça (para tanto já existe um poder chamado judiciário).

– Que o Supremo Tribunal Federal passe a ter suas cadeiras divididas para preenchimento por indicação parte pelo presidente, parte pelo Senado e parte  pelos deputados federais. Com critérios mais claros definidos em lei para enquadrar os postulantes e para o exercício do cargo, como por exemplo: idade mínima de 50 anos e pelo menos 15 anos de pleno exercício da magistratura, reputação ilibada comprovada por investigação aberta ao público, aposentadoria compulsória aos 70 anos ou decorridos 15 anos do mandato, o que vier primeiro. Titulação e produção acadêmica como critério classificatório. Que os demais tribunais superiores tenham regras proporcionalmente parecidas.

– Acabar com a inimputabilidade de menores e índios, com o limite penal de 30 anos e a prescrição de crimes;

– Acabar com o horário eleitoral gratuito, instituir o voto distrital puro, permitindo a inscrição de candidatos independentes, que não queiram se submeter aos ditames de um partido;

– Acabar com os incentivos fiscais de qualquer natureza – cultura, esportes, setores da indústria etc. – e com a meia-entrada para estudantes;

– Acabar com os programas de bolsas-qualquer coisa;

– Estabelecer um teto tributário de 15%.

– Que a representação da UNE passe a ser definida em eleição direta, cada estudante, um voto.

– Fazer mega-eventos como Copa, Olimpíadas e Conferências Internacionais com patrocínio privado voluntário.

– Unificar as polícias civil e militar sob uma gestão mais enxuta;

– Acabar com a estabilidade (leia-se “indemissibilidade”) dos servidores públicos. Demitir sumariamente servidores ou funcionários públicos envolvidos em motins ou greves que acarretem problemas aos cidadãos que pagam seus salários – se a arrecadação não para, a prestação do serviço público não pode parar também;

– Que entidades não governamentais existam na esfera não governamental, ou seja, SEM dinheiro de governo a sustentá-las;

– Que a tutela estatal sobre as nossas vidas se encerre e tenhamos a liberdade de arcar com nossas escolhas, tendo cada indivíduo, democraticamente, o direito sagrado de  “se dar bem” ou, principalmente, de “se dar mal” (e aprender) com elas, sem que ninguém venha passar a mão na cabeça dos descontentes usando dinheiro alheio. Não precisamos de proteção contra nós mesmos, só de responsabilidade;

– Acabem, de uma vez por todas, com essa hipocrisia de reclamarmos dos privilégios dos outros querendo manter os nossos.

Então, voltando ao exposto no início, a minha questão com a causa da “sustentabilidade” não é birra. É que, olhando com atenção o estado das coisas, concluí que a mim só cabe ser ateu nesse assunto.

ATUALIZAÇÃO – 20/06 11:40 – OMG!!! Como eu deixei de fora as cotas???? Acabar com toda essa baboseira de discimunação positiva, cotas e privilégios em razão de epitélio, gênero, condição social, etnia, sexualidade etc etc etc. – Meritocracia! Meritocracia!

Entreouvido filosófico no além

Afinal, é melhor aspirar a uma “carreira” mais longa ou mais intensa?

 

Ele é um mestre nisso!

Boa coincidência acompanhar o Sr. Obama proferindo o tradicional discurso “State of the Union” depois de um finde com Schopenhauer e seus 38 estratagemas para, digamos assim, “ter sempre razão”, ainda fresquinhos na cabeça. Recomendo a leitura.
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Mas vamos combinar: com crise, os problemas deles e tudo, dá uma pontinha de inveja ver um país onde o presidente profere um discurso anual sobre o Estado da União diante do congresso, hoje de maioria oposicionista, onde esta mesma oposição, ainda que numa fase confusa, existe de fato e comenta o discurso logo depois, no mesmo canal – mesmo esta sendo uma oposição “errada” para um presidente “certo” – uma realidade crua melhor do que qualquer uma dessas “utopias” de manual, onde o mundo é sempre melhor, tão bom que uma oposição sequer precisa existir, já que todos estão livres para concordar…

Mr. Obama, definitivamente um mestre na Arte de Ter Razão (segundo Schoppy)

Totalitarismo em gotas

Assisti ao videozinho bem produzido estrelado pelos globais de sempre e alguns novos. Então, seguindo sugestão, resolvi pensar um pouquinho…

Belo Monte é uma obra superfaturada e vai ser instalada num local onde há seca prolongada? Sendo assim, até aí, eu fico indignado também. Ponto.

Mas e a energia eólica – quando não venta, faz como? Quanto custa sua implantação? Qual sua eficiência energética?

E os “índios”, quando vão virar cidadãos brasileiros de verdade, sujeitos aos mesmos direitos e, principalmente, deveres? Quando deixarão de ser equiparados às crianças e incapazes? Uma reserva indígena é um país à parte? Devem vigorar outras leis? Quem deve ter a soberania sobre estas áreas: o Brasil ou os países representados pelas ONGs nefastas que só querem nosso atraso?

Me lembrou a celeuma em torno do novo código florestal, cuja campanha contrária foi capitaneada por gente que ou não leu o texto ou mentiu dizendo que ele continha coisas que não continha.

Eu li.

Voltando às perguntas – Comida nasce em gôndolas de supermercado? Existe almoço grátis? E energia?

Mas o pior não está aí.

Como sempre desconfio de boas causas – milhões de pessoas já foram e continuam sendo mortas em nome de algumas – Eu li a apresentação do site do movimento Gota d’Água. Em 18/11/2011, o conteúdo integral era o que está no fim deste post.

Belo Monte é só uma isca, e eu tô fora dessa “causa”! Não pela Belo Monte em si, que tem cheiro, cor e gosto de escárnio, como projeto e como política – também posso ser contra, mas não por ser uma hidrelétrica. O que este movimento pretende é outra coisa. É consolidar um método.

Vejamos o que eles dizem:

“Queremos mostrar que o bem é um bom negócio” – Conforme o noticiário envolvendo ONGs boazinhas, partidos e ministros nos mostra dia sim, dia também, isso não é nenhuma novidade, é fato! 

“O Gota D’Água é uma ponte entre o corpo técnico das organizações dedicadas às causas socioambientais e os artistas ativistas.” – Ah, tá, agora entendi… Se você é um artista em busca de uma causa, o Gota d’Água é o lugar certo!

“A missão da Gota D’Água é comover a população para causas socioambientais utilizando as ferramentas da comunicação em multiplataforma (…) Nossa proposta é usar estas inovações para seduzir e mobilizar a sociedade para causas socioambientais.” – o que isso quer dizer? Bem isso eles não dizem, mas é algo mais ou menos assim: “As causas nós (o corpo técnico das organizações dedicadas às causas socioambientais e os artistas ativistas) decidimos. A vocês, distinto público, cabe a missão de nos emprestar alguma credibilidade sempre que tocarmos nosso berrante.”

Hoje é Belo Monte. Amanhã…

Agora vejam o voto ditrital, por exemplo. O projeto de reforma política que pode tirar o Brasil do atraso de verdade e até criar mais dificuldades para futuras “Belomontes” estacionou em menos de 120 mil assinaturas até o momento em que redigi este post, e está no ar há meses. Já a histeria “gotadagüística” acumulou muitas centenas de milhares de assinaturas em dias… Uau, essa causa deve ser boa mesmo!

Eles acreditam que um mundo melhor é possível. Eu continuo acreditando que o mundo possível é melhor.

 

* * *

Íntegra do texto de apresentação do projeto Gota d’Água em 18/11/2011

Um mundo melhor, mais consciente e solidário.

O Movimento Gota D’ Água surgiu da necessidade de transformar indignação em ação. Queremos mostrar que o bem é um bom negócio e envolver a sociedade brasileira na discussão de grandes causas que impactam o nosso país. Utilizamos nossa experiência em comunicação para dar voz aqueles que se dedicam a estudar o impacto que as decisões de hoje terão no amanhã. O Movimento apoia soluções inteligentes, responsáveis, conscientes e motivadas pelo bem comum. O Gota D’Água é uma ponte entre o corpo técnico das organizações dedicadas às causas socioambientais e os artistas ativistas.

A primeira campanha do movimento discute o planejamento energético do país pela análise do projeto da hidrelétrica de Belo Monte, a mais polêmica obra do PAC. O braço técnico desta campanha é formado por especialistas ligados a duas organizações de reconhecida importância para a causa: “Movimento Xingu Vivo Para Sempre” e o “Movimento Humanos Direitos”.

A missão da Gota D’Água é comover a população para causas socioambientais utilizando as ferramentas da comunicação em multiplataforma – Hoje existem inúmeros caminhos de se produzir conteúdo relevante para atingir e envolver as mais diversas audiências nos mais diferentes meios. Nossa proposta é usar estas inovações para seduzir e mobilizar a sociedade para causas socioambientais.

Conselho: Maria Paula Fernandes, Sergio Marone, Marcos Prado, Juliana Helcer, Enrico Marone, Ana Abreu, Sérgio Maurício Manon, Tica Minami, Ricardo Rezende, Luciana Soares de Souza, Ana Luiza Chafir, Thiago Teitelroit, Maria Paula Fidalgo, Luiza Figueira de Mello, Paulo Fernando Gonçalves, Carolina Kuenerz, Fernanda Mayrink, Miguel Pinto Guimarães.

Alô, Dimenstein: eles também acham que a função do jornalista é educar seus leitores.

Como o Reinaldo Azevedo apontou em seu blog (aqui e aqui) Roberto Dimenstein produziu dois textos para dizer o mínimo sofríveis a respeito da doença de Lula e seus desdobramentos na imprensa e opinião pública. (Aqui o primeiro texto) No segundo texto, Dimenstein chega ao fim com esta pérola:

“Isso significa quem um dos nossos papéis como jornalistas é educar os e-leitores a se comportar com um mínimo de decência.”

Então, para falar em um terreno, ele entrou em outro bem mais pantanoso: em minha humilde opinião, imprensa para “educar o povo” é coisa típica de totalitarismos. Todos os caras que acreditaram ou acreditam que a função do jornalista é “educar seus leitores”, invariavelmente tinham ou têm um ou até todos estes traços em comum: egolatria, fetiche com bigodes e barbas exóticos, fardas/ternos bem cortados, discursos inflamados e longos e a certeza de que sabem qual é o “caminho certo” que o mundo e a história devem seguir. Os mais “modernos(!)” vez por outra até usam agasalhos esportivos…

Pessoalmente, gosto quando os jornalistas têm opinião firme, sem vergonha de expô-la, desde que se limitem a manifestá-la a reboque dos fatos que informam, e não o contrário, segundo suas (e de outros) conveniências ou motivações, digamos, “pedagógicas”. Jornalistas só atribuem tamanha “missão” à sua classe nas seguintes hipóteses: burrice, delírio egóico ou desvio de caráter.

O “comichão” da verdade

Atenção, senhores historiadores, pesquisadores (profissionais e amadores) e demais interessados! Parem de ler, parem de consultar, parem de escrever! Sete luminares, indicados pela primeira e única mulher presidenta – aliás a mulher presidenta mais inteligente e articulada que o Brasil já teve até hoje – nos pouparão todo o esforço de leitura e raciocínio e em dois anos nos entregarão uma história oficial novinha para chamarmos de nossa…

Em toda esta história (sem trocadilho), onde não faltam certezas aos interessados (e não são poucos), eu sigo na minha busca pessoal pela Verdade fazendo perguntas, quem sabe assim dando chance para ilustrar a minha humilde ignorância:

1. Sete luminares “Federais” farão melhor trabalho do que todas as universidades, todos os grupos de pesquisa, todos os estudantes, todos os curiosos fizeram até então? Aí, por dedução lógica simples, uma vez concluídos os trabalhos oficiais, estarão todos estes entes que citei dispensados de continuar os seus? Revogam-se a partir daí todas as disposições em contrário?

2. Sem entrar no mérito das decisões tomadas por outra comissão, aquela da Anistia, que equiparou a luta armada, a desarmada, a não-luta e a simples covardia a um investimento, estaremos testemunhando o duplo emprego de verbas para uma mesma finalidade? Ou: para que a Comissão de Anistia tomasse suas decisões, algum tipo de pesquisa histórica deve ter sido feita para cada caso analisado. Então se fará toda a pesquisa de novo? Será que alguma pensão companheira corre o risco de ser revista? A Comissão de Anistia foi só um pré-teste, como esse do ENEM 2011, e “vazou” umas “verdades” antes da nova comissão existir? A Comissão da Verdade vai apresentar uma verdade mais verdadeira? O que fazer então? Pedimos na justiça a anulação de uma, de ambas, das pensões pagas com a imediata devolução do dinheiro?

3. Por que apenas escancarar toda a documentação arquivada existente ao alcance de todas as esferas da administração pública (um pedacinho daquilo que se chama História) para o distinto público, ou seja, eu, você e gente, tipo assim, historiadores, jornalistas, pesquisadores, estudantes e curiosos – não é suficiente? Ainda não estamos prontos para tanto a ponto de precisar de intermediários com carimbo federal?

4. Frente ao caminhão de dinheiro que a criação, manutenção e operação deste novo órgão público custará, questionar suas conclusões – fato corriqueiro dentro de qualquer círculo acadêmico de conhecimento, das ciências exatas às humanas – será ato de lastimável falta de civilidade patriótica? Ou, traduzindo o viés da pergunta: um investimento de recursos materiais e humanos “oficial” para produzir fora dos citados círculos acadêmicos um documento que por sua natureza lógica já nasce com prazo de validade vencido é necessário?

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Até a aprovação final da instalação da dita Comissão da Verdade pelo Senado Federal, o estudo de registros, documentos e outras reminiscências do passado tinha a História como meta. Agora, inauguramos no Brasil o estudo de História com metas a atingir!

É tanto comichão para mostrar a “verdade”,  que decidiu-se pagar comissão em troca de uma.

Nossos pretéritos acabam de garantir um novo futuro. São ou não são mais-que-perfeitos?

O Problema do Moto Perpétuo ou o Moto perpétuo do Problema…

O maior problema para quem diz viver de “resolver problemas” é o problema resolvido.

Onde há harmonia não há verbas.

Então,

Um beijo no coração para os políticos, sindicalistas, entidades de classe e corporações de ofício.