Sonífero máximo para bovinos mínimos

Seja qual for o resultado da votação no congresso e o valor final do salário mínimo, a única certeza que tenho é que este rito, neste como em todos os anos passados, produz mais coesão do que desunião. Vejam:

Há os que dizem que os reais a mais fazem diferença. Paulo Paim quase me leva às lágrimas quando lembra que “R$15,00 (a mais) é ridículo. Ridículo talvez para quem ganha R$5 mil, R$10 mil, R$15 mil, R$20 mil, R$30 mil, mas, para o trabalhador, significa exatamente 60 pães a mais na sua mesa” – não dá uma vontade danada de chorar? Aí eu pergunto: e o maço de cigarro, o dvd piratex, a pinga e outras tantas coisinhas que um ser humano brasileiro normal também usa e quer para viver (porque comida é só para sobreviver)?

Não! Tem sempre alguém que sabe o que é melhor para os outros. É fácil pensar e fazer política assim. Desde Vargas, no mínimo (com trocadilho), ou desde Marx, aquele gênio (com ironia).

Os “experts” ditam as regras, as modas, os usos, os costumes e, mais importante, quanto deve bastar para o trabalhador satisfazer-se. Sabedores desse custo, uma parte destes experts aumentou seus vencimentos para casa de centena de SMs, para poder votá-lo(!), e outros tantos experts ganham a vida com um imposto pelego, cobrado de quem trabalha em benefício dos que dizem dar uma assistência (quer dizer, ganhar para assistir você trabalhar, se é que vocês me entendem).

Quer saber? Governo, base aliada, sindicatos, oposições e simpatizantes dessa discussão estão mesmo é irmanados, mas em uma única causa, justificada por uma velha lógica, desde que o SM foi inventado: manter os pobres… pobres! Pois quem não deve não teme. Né?

O que eu sugiro? Liberdade é outra coisa!

Nem menor, nem maior – abaixo o Salário Mínimo!!!